Sou Alentejana
Eu sou filha do campo...
Semente da terra...
Charnecas douradas
Me deram o ser
Tenho pele trigueira
Pelo sol tisnada
Que em território frio
Está desterrada
Sou cigana maldita
De estigma marcada...
Meu coração chora...
Amarrado às cordas
De uma velha guitarra
Que gemia baixinho
Pela noite fora...
Eu sou Alentejana...
Com grande vaidade...
Tenho nostalgia
Das fragrâncias da terra
Do sol ardente
Que me viu crescer
Pois tudo é Saudade
Quando se está longe...
Só temos sonhos
Que nos façam viver
Minha alma chora...
De mil tormentos
Porque a velha guitarra
Parou de gemer
Pela noite dentro...
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