TRANCHES DE VIE D'UNE LUPIQUE

TRANCHES DE VIE D'UNE LUPIQUE

Penitência

Penitência

 

Oh como a água flui desenhando seu itinerário!
Entre terra abrupta e pedras rochosas, solitária
Ela salta e canta, traiçoeira, formando o ribeiro
Num leito empalidecido, cultivado de quimeras!

 
Assim corre meu sangue em fluxos dementes
Ventilando suavemente as células depravadas!
Formando vendavais em vísceras ardentes
Batendo no centro das pedras desajeitadas!

 
Como a espada treinada seus golpes propaga!
Esbanjando a dor em corpo frouxo
Erguendo gritos surdos em respiração parda
Onde a dor persiste queima e assassina!

 
Ela salta, ardente e traiçoeira, em solitária!
De pedra em pedra, de veia em artéria
Mudando de alvo, resistente e amarga

Cultivando a penitência que desespera!


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15/02/2007
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